Pra tudo começar na quarta-feira

1° de janeiro de 2025. Tudo diferentemente igual por aqui, como de costume.

Vi os fogos desse videozinho a partir da minha janela. Ocorre que este ano resolvi não sair para vê-los na praia, decisão que considerei bastante acertada. (Em tempo: já fui muitas vezes nesta vida ver os fogos na praia de Copacabana, então não tenho do que reclamar.) É que tão logo eles começaram, a fumaça foi tomando conta de tudo, então dava pra ver cada vez menos fogos e mais um borrão de luzes por traz da fumaceira. Isso já aconteceu em outras ocasiões, se bobear até instalaram CPI na Câmara de Vereadores pra discutir a questão.

E entre as atrações da festa pra este ano, dos tantos palcos espalhados pela praia um dos montados foi dedicado à música gospel, o que ficava no Leme. Li por aí a explicação de que os orixás não curtiram esse palco evangélico, aí resolveram mandar fumaça. Considerando que nesta cidade a intolerância contra manifestações religiosas de matriz africana têm sido bem violenta, com a destruição de inúmeros terreiros, além das expulsões e ameaças de morte de seus praticantes, uma fumacinha até que é uma reação inocente e de um mau humor bem-humorado. Dos claramente cariocas, pois.

E para terminar, se você prestar atenção no som do vídeo, ouvirá mais tiros de fuzil do que o estrondo dos fogos. Apesar de saber o que representam, no que me diz respeito, sei que não houve risco de algum tiro acertar meu apartamento. Mesmo assim, por mais que esse tipo de “manifestação de alegria” não chegue a ser novidade, não é o melhor dos sons pra se ter por perto marcando o início do ano.

Feliz 2025 pra todos, de preferência sem tiros de qualquer calibre.